Uma das minhas características mais marcantes é a curiosidade quanto à personalidade das pessoas que vejo no meio da rua. Principalmente os desconhecidos. Se eu ‘tô na parada de ônibus eu fico olhando os gestos, jeitos e detalhes das pessoas que estão ali, tentando imaginar como aquelas pessoas são. Alguém que faz teatro já me disse que isso é um ótimo exercício para atores.
Mas estava eu na praça que eu tanto falo, final da tarde, não tinha encontrado nenhum conhecido pra jogar conversa fora, sentado num banco e observando o movimento. Comecei a fazer minhas análises e elaborar teorias sobre como cada um que eu via ali é e me divertindo bastante com aquilo! Pode parecer idiota ou estranho, mas eu acho isso muito interessante. Depois de certo tempo eu comecei a perceber que certos tipos se repetiam bastante. Comecei a rir disso!
*acho que quem me viu ali rindo sozinho deve ter achado que eu era louco*
As senhoras com seus óculos e suas roupinhas de cooper caminhando; o engraçado desse tipo é o olhar de como quem está vigiando tudo ali a sua volta. Ri um pouquinho também prestando atenção nos seus olhares de desdém para os skatistas. Consegui captar que uma ou outra resmungava ao passar por perto destes.
As menininhas com roupas ousadas esperando que algum homem olhe pra elas; dentro de mini-shortinhos e micro tops, rebolando por aí como quem não quer nada, mas prestando muita atenção se tem algum espécime do sexo masculino a olha-las. Mas a atitude não se resume às roupas, com um pouco de atenção pode-se notar que elas fazem certas coisas descaradamente para chamar atenção.
Os caras que vão para secar as garotas que vão se mostrar; uma coisa é mais certa que 2+2=4, onde tem o tipo anterior tem esse tipo aqui. E em certos pontos se assemelham, também procuram demasiadamente aparecer e chamar atenção. Mas são totalmente diferentes em relação à descrição ao observar seus “alvos”. Enquanto as mulheres fazem de tudo pra parecerem que tão ali à toa, os homens olham descaradamente e ainda soltam uma ou outra frase do tipo “olha só que gostosa ali!” ou dão aquela famosa abaixadinha nos óculos escuros para ver melhor. E por falar em óculos escuros, esse é um acessório essencial para esse tipo, pois permite que olhem para onde querem sem que os outros percebam pra onde estão olhando, nos raros momentos que se utilizam da descrição.
Os falsos cultos; aqueles que sentam num banco com um livro e/ou violão. À primeira vista você confunde com alguém que está mesmo afim de curtir uma leitura num lugar legal, mas se você analisar melhor verá que o livro é só um apetrecho para parecerem cultos. Geralmente têm uma ou outra característica do visual puxada meio pro alternativo, tentando mostrar que não ligam pra as regras estéticas que a sociedade impõe, mas não deixam de se interar quanto às novidades da moda alternativa e segue-as a risca.
Os pirralhos pentelhos com seus pais corujas; muito irritante, esse tipo é muito freqüente na praça. Fazem o que querem com seus pais bobocas. “Pai, que quero pipoca!” o pai vai lá e compra a maldita pipoca, o pirralho come um pouco e grasna em alto volume “Pai, agora eu quero amendoim!” e joga fora a pipoca, diga-se de passagem, nunca no lixo. Além de serem uns porquinhos em miniatura, pisam na grama e fazem bagunça com tudo que é possível bagunçar. Os pais nada fazem...
Os tiozinhos com suas camisas pólo e chinelo, lendo jornal despreocupadamente; em qualquer banco lendo o jornal ou revista e resmungando sobre a situação política do nosso país, sobre a derrota do seu time de futebol, do preço da gasolina ou algum tema em destaque.
E além desses tipos existem as fusões deles, que são coisas bizarras como por exemplo os tiozinhos tarados que lêem jornal e secam as garotas que se mostram e as senhoras do cooper que se acham uma gatinha na flor da idade e tentam se exibir.
Pra quem vê as coisas como eu, a praça pode ser um grande palco cheio de personagens numa comédia bem interessante. Prefiro não ser personagem, apenas espectador...
sábado, julho 08, 2006
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